Não será por acaso que tem como título Madrugada Suja o novo livro de Miguel Sousa Tavares. Livro não, antes romance, porque o autor assim fez questão de o definir na sessão de lançamento ontem no Palácio Galveias: "Publicar mais um livro é marcante. Publicar mais um romance é determinante, porque é uma viagem de longo curso para o escritor, durante a qual até receia que a vida não chegue para o que tem para contar." Entre as leituras de partes do volume, anglo-saxonicamente interpretadas pelos filhos Rita, Martim e Pedro, e a sua, ficou--se a saber um pouco mais do que escreveu nas 352 páginas que relatam a saga de uma família alentejana.

Desde os avós até ao neto, com uma pincelada da realidade social portuguesa das últimas décadas, e a várias vozes. Não sendo um romance histórico, como os que o consagraram o autor nacional que mais vende - "Escrevo para os leitores", referiu -, a narrativa tem como cenário memórias do Estado Novo, do 25 de Abril, do conturbado 1975 e temas que o autor conhece bem,tal como a corrupção na justiçae no ambiente.

A apresentaçãoesteve a cargo de Francisco Teixeira da Mota, que confessou-se repetidamente fascinado com o trabalho. Na edição de amanhã, o DN publica uma entrevista com Miguel Sousa Tavares a propósito deste romance.