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As Grandes Novidades da Literatura Portuguesa


«CONTINUO A ACHAR-ME APENAS UM MIÚDO COM GRAÇA»

 

O Professor Universitário e comentador André Ventura tem nova obra e nós fomos saber em primeira mão, do que se trata!

 

Diz-se que vem aí um novo título logo depois do Verão…será verdade?

 

É verdade! Não posso adiantar muito sobre isso, embora possa reforçar três coisas decisivas: mete Benfica, Sporting…e muita polémica à mistura! Tinha de ser (risos)

 

Não teme tornar-se uma espécie de escritor soft ou uma variante de intelectual popular?

 

Continuo a dizer que não sei o que é isso. Mas não sei mesmo. Gosto de escrever para as pessoas e numa linguagem que seja acessível a todos. Só assim faz sentido estar no espaço público…procuro fazer isso nas minhas crónicas semanais no Correio da manhã ou mesmo nas minhas intervenções na CMTV. Agora acho curioso que me considerem “popularucho” só porque escrevo sobre o Benfica ou sobre jornalismo e corrupção. Também escrevi um manual de Direito Penal e de Direito Fiscal. Isso faz de mim o quê?

 

Mas poderiam dizer ou pensar que estará a surfar a onda da notoriedade conferida pela televisão para vender livros ou não?

 

Surfar a onda da notoriedade??? Toda a minha história de escrita diz que ligo muito pouco a isso. O meu primeiro romance foi escrito em 2008 – Montenegro – e a minha notoriedade era zero. Secalhar nem os meus professores da escola secundária se lembravam de mim (risos)

 

Este próximo livro será um romance?

 

Como lhe disse, não posso falar muito sobre isso. Tenho um contrato editorial e um conjunto de cláusulas que mo impedem de fazer, para já. Falarei sobre isso no tempo próprio. O que posso dizer é que, como não podia deixar de ser este ano, será sobre o Benfica e sobre uma das suas principais figuras…

 

Para quando?

Penso que em Outubro estaremos em condições de levar a cabo o lançamento da obra…

 

Novamente com a Maya? Criaram uma espécie de parceria?

Não será com a Maya mas podia bem ser…Deixe-me dizer-lhe isto: antes de ir para a CMTV apenas conhecia a Maya da televisão. Hoje conheço-a pessoalmente e considero-me amigo dela e por isso tenho a certeza disto: para além de uma amiga preocupada, é uma profissional extremamente exigente e empenhada. Transforma tudo o que faz num sucesso. E, por isso, digam o que disserem, é também um modelo para mim. Podemos muito bem vir a escrever outro livro juntos…

 

Alguns autores da Chiado Editora consideram que teve um tratamento privilegiado quando lançou os seus primeiros livros e que isso o ajudou muito. Poderiam dizer o mesmo da sua carreira de comentador televisivo? Foi pelos seus amigos?

 

Com todo o respeito, acho a pergunta um pouco disparatada mas sobretudo extremamente injusta. Lutei pelo meu próprio sucesso todos os dias, com muito esforço e muitas horas perdidas. Com lágrimas e desilusão pelo meio. Lutei pela minha licenciatura, pelo meu doutoramento, pelos lugares que actualmente ocupo nas Universidades onde lecciono. Dizer que a minha carreira de comentador televisivo foi-me dada pelos amigos que me têm ajudado a vida toda é não fazer ideia nenhuma do que se passou. Posso dizer-lhe isto: antes de chegar à CMTV não conhecia pessoalmente nem o director – Octávio Ribeiro – nem nenhum dos directores adjuntos do canal. O mesmo aconteceu no Benfica e na Benfica TV.

Aliás, isto nem precisa de grandes explicações. Olhe para o painel de comentadores que, por exemplo, faz comigo o programa “Rua Segura”, na CMTV: parece-lhe que alguém está ali por ser amigo de alguém???

 

Continua a um ritmo de produção de livros surpreendente? Como consegue?

 

Já lhe respondi a isso na última entrevista. Estão a repetir-se (risos). Mas retomando: procuro fazer sempre melhor aquilo que faço. Se pode existir algum “segredo” ou coisa do género, o meu é este: ouvir sempre as pessoas e as críticas. Querer fazer sempre melhor. Sabe o que faço depois de lançar um livro? Chego a casa e devoro-o, a ver o que pode ser melhorado ou o que eleva o nível de interesse para os leitores. Sabe o que faço depois de um programa de televisão? Chego a casa e vejo-o…analiso os detalhes e a substância. Defino estratégias para melhorar. Digo para mim próprio que este ou aquele momento não voltarão a acontecer.

Aos que dizem que é sorte, eu respondo com uma frase que o Vitor Baía usou num dos nossos últimos programas: “a sorte dá muito trabalho”. É mesmo assim!

 

Não teme estar a apostar demasiado da sua carreira na televisão…e a investir menos noutras, como a universidade ou a advocacia?

 

Estarei a investir menos na Universidade? Sou professor em duas prestigiadas faculdades de Direito – da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade Autónoma – e passo grande parte do meu dia em aulas ou conferências. Teriam de ser os alunos a responder a essa sua questão…

 

 

 

Mas não sente que está a apostar demais na televisão? Como alguém disse “parece que está apaixonado pela televisão”? E se um dia acabar?

Vivemos um tempo curioso: se alguém diz “eu gosto de fazer televisão” é um vaidoso e um narcisista sem remédio. O que está a dar é dizer “aquilo é um sacrifício para mim. Só faço porque não encontram melhor”. Pois para mim não é assim: sinto-me num estúdio como peixe na água e é onde me sinto verdadeiramente realizado e a desenvolver o meu potencial.

Agora se o que me está a perguntar é: e se um dia a CMTV correr comigo? Se encontrarem outro melhor?

Deixe-me dizer-lhe isto: ninguém está na televisão para sempre. Há concorrência e aparecem outros nomes, por vezes melhores que nós ou mais apelativos para o público. É a vida…saber sair é tão importante como saber entrar!

 

Quando se fala de política…

Não vou falar de politica ou de eleições…foi o nosso acordo (risos)

 

O que lhe queria perguntar é que, por vezes, dizem que é apenas um miúdo que ganhou alguma notoriedade. Sente que foi tudo rápido demais?

 Não ligo muito a isso. Luto para melhorar, não para responder a considerações desse género. Mas, de facto, hoje até aos 40 somos miúdos (risos). Aliás, sempre tive a mania que tenho graça e continuo-me a considerar um miúdo com graça. Sempre que estou numa mesa mais fechada tenho tendência para contar anedotas. Sempre disse aos meus amigos que um dia gostava de fazer um show de comédia aberto ao público. Mas nunca ninguém mostrou grande abertura para isso. Talvez eu não tenha tanta graça assim (risos)

 

 

Daniel José

Sandra. B.