“Nunca tinha ouvido o nome Matilde Campilho até me deixar atropelar por este cavalo cheio de poetas, verão e alegria, escrito entre Portugal e o Brasil numa língua ela própria inventada algures no meio do Atlântico. Jóquei mostrou-me o que é poesia sem cerimónia, capaz de falar de existencialismo mas também de um Black & Decker”. Ana Dias Ferreira
“Guardei este livro para o verão porque precisava de tempo e espaço para o ler. Tinha razão. Eu que não vivi nem presenciei o regresso de milhares de portugueses vindos das ex-colónias, percebi que este episódio está profundamente enraizado na nossa sociedade e, de alguma maneira, também faz parte da minha história”. Catarina Falcão
“Comecei a ler este guia de escrita de ficção por razões meramente académicas e acabei-o entusiasmado a achar que poderia ser o próximo grande romancista português. Fechei o livro, liguei o computador e percebi que estava redondamente enganado. Sim, é assim tão bom”. Tiago Pais
“Há livros que falam, descrevem e escarafuncham, mais coisa menos coisa, naquilo que são os nossos sentimentos e aspirações. O livro ‘Os Interessantes’ explora as relações que se emaranham num grupo de amigos, que começam na adolescência e vão até à idade adulta. O sucesso de uns, as ambições de outros, as invejas e as cumplicidades. Na verdade, marca porque fala das relações e dos sentimentos mais honestos e humanos entre as pessoas, sem pudores, sem falsos moralismos. E é importante porque retrata o que somos para os outros e o que somos para nós, no interior de cada um”. Liliana Valente
“Chegou outubro e todos os livros que tinha em lista de espera ficaram parados, como carros numa avenida entupida. Uns melhores, outros piores, todos tiveram de dar espaço a’O Osso da Borboleta’, de Rui Cardoso Martins (RCM), de modo a que este passasse rapidamente, como uma ambulância. Porque era mesmo disto que precisávamos com a maior das urgências: um livro que nos retratasse no limbo da atual crise, nesta discussão entre o que fomos e aquilo que não queremos ser. RCM soube fazê-lo com um sentido de humor e uma propensão para o detalhe ímpares no nosso país”. João de Almeida Dias
“Intolerante e xenófobo, disseram uns. Um aviso do que aí vem, disseram outros. No mesmo dia em que o enfant terrible da literatura francesa lançou esta história de uma França submetida à lei islâmica, a redação do Charlie Hebdo foi atacada. 12 pessoas morreram. Uma vida é uma vida mas, como jornalista, o tema tocou-me de uma maneira especial. Talvez influenciada por tudo o que aconteceu, este livro também”. Sara Otto Coelho
fonte: https://observador.pt/2015/04/23/os-livros-que-mais-nos-marcaram-este-ano/